Monday, September 19, 2016

Flores pelo asfalto



Não se preocupe, vamos sobreviver
sorrisos forçados, sob a luz frágil e fria
não há conforto nos lugares familiares, não desta vez
Você o mantém no mais profundo interior
Nem sinal de inundação, mas as águas continuam a subir
Flores pelo asfalto, diamantes nas bolsas de seus olhos
vire o rosto e o esconda

Eu vi uma mulher, com fitas no cabelo
idosa e solitária, tão bonita que tive que parar e fitá-la
A fonte não secará
Se acordar no meio da noite
as paredes cairão, deixando entrar a luz
não é preciso se preocupar
Até os anjos choram

Even Angels Cry | Jars of Clay


Esses versos me transmitem o conforto nas palavras de alguém muito querido, tentando lembrar que apesar de todo o sofrimento, não é preciso se preocupar, ainda que estejamos em um quarto escuro, a luz invadirá e suplantará a escuridão.

Quando sentimos que não há mais esperança, ficamos sem visão e com medo. Nada disso nos torna únicos em nosso sofrimento. Todos sofremos, pecamos, erramos, precisamos de ajuda, pessoas, amor, milagre, conforto. Essa semelhança universal é que nos aproxima.

Não tenha receio de expressar sua humanidade. Choramos, somos falhos e fracos e quando não mais suportarmos a dor, lamentamos. Isso é um traço humano.

Há uma mensagem bastante humana nestes temas: sofrimento, desespero na sobrevivência, o cenário de destruição, portas fechadas, cansaço, desgaste, solidão, pessoas queridas, familiares, todos esquecidos, abandonados, sem identidades. O campo de guerra, onde todos se tornam em seu próximo, todos viram companheiros numa luta por sobrevivência.

Em situações assim, você deseja ouvir algo que alimente sua esperança. Talvez nem mesmo sua própria casa seja um lugar seguro e confortável e passa a ser alvo de destruição também, como tudo em volta. As palavras de conforto virão, mas e o cumprimento delas? Não é certo.

Tuesday, September 06, 2016

Bolhas ao Vento

"Nossos corações são como o sonho de quem faz bolhas de sabão, levados por todo tipo de ventos" Weighed Down, Jars of Clay

Podemos banalizar o amor?

Compara-se os corações ao sonho de alguém que sopra bolhas de sabão, imediatamente levadas por qualquer vento, impelidas por ele como a pragana. Talvez o sonho de quem as cria seja que as bolhas permaneçam ali, mesmo que por um tempo de vida tão curto, mas o vento as leva.


Nossos corações são levados pelos ventos e se chocam com alguma parede ou galho de árvore e se ferem.

O 'sonho' ilustra o abatimento, como candeias enfraquecidas. Quando se fica 'abadito' sonhando, quem sonha espera que algo ou alguém mude, para então se sentir liberto desse abatimento/ depressão.

Almeja-se a leveza de emoções positivas.