Fascista (adj. e subst.): pessoa, movimento ou atitude ligada ao fascismo, ideologia política autoritária e ultranacionalista que surgiu no início do século XX, caracterizada pela centralização do poder, repressão da oposição e exaltação da coletividade nacional acima das liberdades individuais.
Que tal o uso de falas com recortes isolados do todo sobre algo com o que se está em total desacordo?
Do prisma dos direitos humanos e das liberdades individuais, entende-se que toda pessoa tem direito de criticar modelos sociais, políticos, religiosos ou familiares. Questionar o modelo de família conservador predominante em 2025 no Brasil, ou afirmar que não acredita nele, está dentro do campo legítimo da liberdade de expressão.
Quanto à liberdade de consciência e crença, os direitos humanos e a Constituição Brasileira garantem que ninguém pode ser obrigado a professar uma visão religiosa ou moral específica sobre “família”.
No que diz respeito aos limites da liberdade de expressão, essa liberdade não é absoluta. O direito internacional e a Constituição restringem discursos que incitam ódio, discriminação ou violência contra grupos sociais.
Se alguém disser: “Eu não acredito nesse modelo de família e gostaria que ele deixasse de existir na sociedade”, sua fala está dentro da liberdade crítica; mas se disser: “Vou perseguir, atacar ou impedir que essas famílias existam”, isso configuraria ameaça ou incitação à violência, podendo ser responsabilizado.
Do ponto de vista dos direitos humanos, alguém não deveria ser condenado por discordar ou até desejar simbolicamente o “fim” de um modelo de família, enquanto isso for opinião ou manifesto político/filosófico, sem violência ou discriminação direta.
Criticar e rejeitar um modelo social ou familiar é um direito protegido. Incitar perseguição ou violência contra quem vive nesse modelo extrapola a liberdade e pode justificar sanção legal.
Existem muitos subgrupos no Brasil tentando matar outros subgrupos de pessoas. E ambos estão matando seus alvos fora do contexto político, bem como matando inocentes. O que está sendo feito a respeito da violência no Brasil? Quem são os mártires do Brasil?
Um grupo distorce palavras para convencer seus ouvintes de que há um complô esquerdista por classificar direitistas como extremistas, para, então, matá-los. Lembrem-se: já tem morte demais acontecendo paralelamente, fora de qualquer rivalidade política, mas as lideranças estão desesperadas por apontar que seu rival quer matá-los.
Sim, concordo que a realidade social e cognitiva é construída por interações humanas (símbolos, palavras, normas e narrativas). A linguagem não apenas descreve a realidade, ela também a cria e a molda. Palavras carregam valores, preconceitos e normas sociais que influenciam a forma como as pessoas percebem e agem no mundo.
Ao professar que um grupo é “inferior” ou uma “ameaça” (90% dos comentários em redes sociais?), isso pode normalizar a discriminação antes mesmo que atos físicos ocorram. Existem formas de dominação exercidas através da linguagem e símbolos que moldam o pensamento e restringem escolhas sem uso de força física. Do ponto de vista construtivista, a linguagem que cria categorias de exclusão, desumanização ou ódio funciona como um primeiro passo da violência real. Discurso, rótulos e narrativas podem preparar o terreno para ações violentas.
Nunca foi e nunca será aceitável comemorar ou matar alguém por causa de suas ideias. Nem mais nem menos normal que o “ódio” e a “intolerância” a outros indivíduos por serem quem são. Em 2023, o Brasil registrou 230 mortes violentas de pessoas LGBTQIA+, conforme dados do Grupo Gay da Bahia (GGB) e do Observatório de Mortes e Violências contra LGBTI+ no Brasil. Dessas, 184 foram assassinatos, 18 suicídios e 28 outras causas relacionadas à intolerância e violência estrutural. O Brasil se destaca como um dos países com maior taxa de violência contra a população LGBTQIA+. A maioria das vítimas são pessoas trans, especialmente mulheres trans e travestis. Além disso, o país lidera o ranking mundial de homicídios de pessoas trans, com 33% dos casos registrados globalmente. Essa sim é uma problemática nossa!
A história narra episódios como a Revolução Russa de 1917 e o regime de Stalin, durante os quais opositores políticos eram perseguidos, presos ou executados. Citam-se ainda movimentos guerrilheiros de esquerda na América Latina (anos 1960–1980), que, embora combatendo regimes autoritários, às vezes usaram a violência contra indivíduos considerados “inimigos da revolução”. Nesses casos, a “pergunta” implícita seria: como justificar ou normalizar a eliminação de inimigos ideológicos para consolidar um projeto político? É uma interpretação histórica comum em discursos que criticam os excessos da esquerda revolucionária. Qual o intento de recorrer a um paralelo entre a violência histórica e a aceitação social de comportamentos extremos hoje?
Mais uma vez: por que o Brasil está desumanizando as vítimas diárias da violência nacional ou mesmo as incontáveis vítimas da pandemia em seus primeiros meses em busca de vacinação? Do ponto de vista sociológico e ético, o comportamento de menosprezar vítimas de uma pandemia pode ser considerado um ato de desumanização. Desumanizar significa negar a humanidade de alguém, seja diminuindo (ignorando) seu sofrimento, desconsiderando seus direitos ou tratando-o como menos digno de consideração moral.
Quando Bolsonaro minimizou o impacto da COVID-19 ou ironizou a morte de pessoas infectadas, ele ignorou o sofrimento humano real de milhões de brasileiros, desvalorizou vidas, tratando mortes como números ou como algo não relevante, contribuiu para a normalização de atitudes insensíveis frente à doença, o que é um traço clássico de desumanização, reduzindo, assim, a adesão a medidas de prevenção (como vacinação e isolamento), justificando negligência em políticas públicas de saúde e facilitando discursos que viam certos grupos (idosos, doentes, pobres) como “menos importantes”.
Menosprezar vítimas da COVID é um ato de desumanização, pois nega dignidade, sofrimento e valor moral às pessoas afetadas. É uma forma de violência simbólica que legitima negligência e indiferença social.
Agora, Charlie Kirk foi lembrado como um defensor fervoroso dos valores conservadores e da liberdade de expressão. Sua esposa, Erika Kirk, assumiu a liderança da Turning Point USA e expressou perdão ao assassino, enfatizando a importância do amor e da unidade em vez da vingança. Interessante? Conseguem colocar isso em prática, Brasil de todos os lados?
A disputa política está tão saturada no país que não se avalia mais políticos no campo político. Os discursos chegam dotados de reforço enfático nos campos social, moral, religioso ou, mais necessariamente, de falhas éticas, da falta de legitimidade moral.
Mais uma vez: a linguagem que cria categorias de exclusão, desumanização ou ódio funciona como um primeiro passo da violência real. Discurso, rótulos e narrativas podem preparar o terreno para ações violentas. Por que citar como detalhe relevante ou central que o algoz de Kirk deixou sua família para morar com uma companheira trans? Vão malbaratar o exemplo de apoio à liberdade de expressão, ao diálogo, perdão, amor e unidade, criando mais antagonismo?
O homicídio é um absurdo! Isso atinge diretamente a dignidade do ser humano, criado à imagem de Deus. Apenas o homicídio é tido como absurdo? Outras falhas éticas e morais também são colocadas em nível semelhante de gravidade ou comparadas a ele. Jesus ensina que o ódio já carrega em si a raiz do assassinato:
“Qualquer que, sem motivo, se encolerizar contra seu irmão, estará sujeito a juízo; e quem chamar a seu irmão de tolo, estará sujeito ao fogo do inferno.” (Mateus 5:21–22)
O apóstolo João reforça:
“Todo aquele que odeia a seu irmão é homicida; e vós sabeis que nenhum homicida tem a vida eterna.” (1 João 3:15)
Ou seja, o ódio persistente é espiritualmente equiparado ao homicídio.
Provérbios 6:16–19 lista pecados que Deus “abomina”, incluindo as mãos que derramam sangue inocente, a testemunha falsa que profere mentiras e o que semeia contendas entre irmãos. A mentira que destrói vidas é colocada lado a lado com o homicídio.
Os profetas denunciam líderes e juízes que exploravam oprimidos e viúvas como se fosse derramar sangue inocente (Isaías 1:15–17; Jeremias 22:3,17). A negligência diante do sofrimento do próximo é vista como pecado semelhante ao de matar.
Tiago 4:2 diz: “Cobiçais, e nada tendes; matais, e ardeis de inveja...” A inveja é apresentada como raiz de homicídio e, espiritualmente, comparada a ele.
O pecado começa no coração: mesmo antes de tirar fisicamente uma vida; A desumanização, o ódio e a injustiça já são condenados como equivalentes espirituais ao homicídio.
Eu repudio, especialmente, falas que associam adversários, ameaças, vermes, monstros, ladrões, traidores, parasitas e bandidos a animais (seres incorruptíveis em sua essência). Igualmente problemática é a fala que levanta o peso da culpa dos nazistas. Igualmente problemático é afirmar que somente pessoas da direita se casam, têm filhos, deixam legados, adotam valores, buscam o eterno, a verdadeira alegria ou que possam ser cristãos. Agora o cristianismo se tornou um token particular – nem Jesus mesmo consegue te incluir no clube? Você é de direita, você acessa. Você é de esquerda, você é do mundo que jaz no maligno, você não experimenta nada do cristianismo.
Ora, qual a surpresa até hoje em Jesus ter sido sacrificado apesar de ser tudo o que ele foi e é? A narrativa era para ser essa mesmo! O mistério não está no fato de ele ter demonstrado todos os atributos de Deus; ele é Deus. O mistério está na resiliência de não ceder e não deixar de ser Deus, vivendo como homem! Qual a surpresa em “ele foi crucificado assim mesmo”? Sim, ele foi! Por e para salvar pessoas como bolsonaristas e petistas! Qual a dúvida? Devo demonstrar algum sentimento de peninha por Jesus ter sido crucificado, humilhado e menosprezado? Esse era o PLANO! Sem ele, nada de salvação! Lembrar da crucificação é UMA ORDEM! Alguém ainda espera que O GRANDE EVENTO DA HISTÓRIA DA HUMANIDADE passe desapercebido pelas artes?
“O mundo é mau”... apenas o mundo que não seja da direita? E a direita é toda ela boazinha e todos os direitistas perfeitinhos? Jesus não deve ter morrido pelos direitistas, então? Não há razão ou utilidade no sacrifício de Jesus para salvar os perfeitinhos que não precisam de salvação?
Em Ezequiel 3:18, Deus adverte:
“Quando eu disser ao ímpio: Certamente morrerás; e tu não o avisares, não falares para o avisar do seu mau caminho, para salvar a sua vida, aquele ímpio morrerá na sua iniquidade, mas o seu sangue da tua mão o requererei.”
Aqui, o profeta é responsabilizado caso se cale diante do mal. Claramente, todos os malvados petistas morrerão, mediante a atitude dos louváveis cristãos de direita.
É inquietante que os chamados 'cristãos de fato' busquem e construam um novo mártir, um homem comum, para dar conta de seu desespero por atacar pessoas lutando por seu direito de estar aqui e ser quem são.