Merillville, IN
Love Came Down Tour, a Christmas Pageant
14 de Dezembro 2008
Desde o primeiro show do Jars of Clay em Outubro de 2008, um sentimento de que eu já havia feito o que eu mais queria em minha vida me preenchia, mas eu sabia que aquele era apenas o primeiro e que eu precisava vê-los novamente, especialmente por ainda desejar ir a um show completo, em que eles eram a banda principal do evento.
As datas da Turnê Love Came Down foram publicadas poucos dias após o show de Kansas city e imediatamente, ainda que cheio de dúvidas, procurei saber onde seria o mais próximo de minha cidade. Merillville, IN estava apenas a 6h de viagem e eu teria bastante tempo para me preparar. O dia 14 de Dezembro estava próximo de meu retorno para o Brasil, então imaginei que seria perfeito para fechar o primeiro período nos EUA.
Todos estavam felizes com meu sucesso no primeiro show e, ainda bem, me apoiaram para tentar um próximo show. Incentivado, planejei tudo: viagem, ingressos, estadia, gastos. O tempo passou rápido, mas cada dia que passava parecia uma injeção de emoção, pois todos os meus amigos fãs do Jars estavam muito felizes por eu ter ido ao show anterior e com a novidade de que eu atenderia à turnê de Natal.
Em Novembro a banda também estava agendada para tocar em Nashville, TN, no Americana Folk Fest. Eu estava tão empolgado por poder decidir ir a um show e ter condições intelectuais para fazer isso sozinho, que quase fui ao show de Nashville, em vez de ir ao show de Natal, mas algo foi decisivo para que eu mantivesse a minha decisão de ir a Merillville: Sixpence None The Richer.
Fã insano da banda SNTR também, eu não poderia trocar um show completo do Jars of Clay com eles, por uma apresentação menor em Nashville, em um festival de Folk, onde muitas outras bandas dividiriam o tempo com o Jars. Convicto e ainda mais empolgado, todos os meus amigos já sabiam de minha nova aventura e também me encorajaram muito, não apenas fãs do Jars, mas agora fãs do Sixpence também. Vários de nós tentávamos imaginar como seria o momento em que eu conseguiria conversar com eles (Jars/ 6p), perguntas, dúvidas, pedidos, fotos, vídeos, autógrafos etc. A espera foi quase tão emocionante como o grande dia, que finalmente havia chegado.
Conforme planejado, agendei viagem e hotel e já tinha o ingresso
Em Chicago estava muito frio, havia nevado há poucos dias e estava chovendo naquele Sábado, portanto fiquei dentro da estação a maior parte do tempo, esperando pelo meu trem que me levaria a uma cidade próxima a Merillville, chamada Dyer. Desde que saí de casa, eu contava a todas as pessoas que conversavam comigo, que eu estava indo ao show de 2 de minhas bandas favoritas e, muito empolgado, acabava empolgando a quem me ouvia também.
Cheguei a Dyer bem tarde e, como era de se esperar, a estação era deserta, não havia pessoas, nem carros nas ruas e estava chovendo para piorar. Fui a um restaurante e pedi à garçonete que chamasse um táxi para mim. Esperei uns 40 minutos e o táxi chegou e fui para o hotel, próximo ao Star Plaza Theatre, estrategicamente, pois no dia seguinte, eu queria chegar bem cedo ao teatro. Já instalado, planejei novamente o dia seguinte em minha cabeça e peguei no sono. Acordei cedinho e coloquei tudo que eu queria levar na mochila, mas não estava agasalhado o bastante. Em Merillville havia um restinho de neve ainda no chão, logo o clima estava bem frio. Do hotel ao teatro, eu tive que caminhar apenas 200m, assim que cheguei à rodovia entre o hotel e o teatro, avistei o letreiro que dizia, HOJE A NOITE, LOVE CAME DOWN... e já corri loucamente, atravessando a rodovia e me assentei em frente ao letreiro para tirar fotos. O letreiro informava o show do Jars of Clay, Sixpence, Leeland e Sara Groves. Meu coração já não cabia em mim.
Era apenas 10h da manhã e depois de dar algumas voltas em torno do teatro, onde mais ninguém estava, comecei a usar um pouco da razão e decidi ir a uma lanchonete, para fazer um lanche, pois eu ficaria ali o dia inteiro, no frio, caminhando e passando por momentos de muita emoção. Da lanchonete liguei para minha mãe e conversamos por 1h. Minha amiga das Filipinas me ligou e disse que estava a caminho de Merillville, pois ela ia ser voluntária na mesa do Blood:Water Mission e tinha que chegar mais cedo. Combinamos de almoçar juntos quando ela chegasse. Depois de lanchar e esperar muito em volta do teatro, sem sucesso de ver as bandas por lá, apenas os ônibus, decidi voltar ao hotel e pegar mais um casaco. Chegando lá, a Tabz me ligou, dizendo que havia chegado e estava me esperando no restaurante TJ Maloney's do Hotel Radisson, ao lado do teatro. Pela segunda vez, comi bastante ali e foi muito legal conhecer a Tabz pessoalmente, falamos muito sobre a banda. Eu falava bem mais, pois estava muito empolgado, aquele era talvez o 10º show do Jars que a Tabz estava indo. Ela havia comprado o ingresso dela antes de mim, portanto tinha um assento melhor, primeira fila, na área VIP, o meu era quarta fila da área VIP, coluna do meio, bem em frente ao palco. Visto que ela iria ajudar na mesa do BWM, ela me deu o ingresso dela, pois voluntários podem se assentar onde quiserem e podem conversar com a banda no final (snif). Fiquei muito feliz por ter conseguido um lugar melhor ainda, que também era na coluna do meio.
Ela voltou para o hotel e eu continuei em volta do teatro, a tarde inteira, mas não vi ninguém, apenas, acredito, o pessoal do Leeland e ajudantes das outras bandas, que entrava em saiam dos ônibus. O Aaron também apareceu. Eventualmente, eu entrava na bilheteria para me aquecer, pois o frio estava de matar, estava muito abaixo de 0ºC e eu já nem sentia meus pés. Os voluntários chegaram e tiveram acesso ao teatro. O staff do BWM e dos merchandisings das 4 bandas já estavam montando as mesas. Visto que o show começaria às 7h, os portões se abriram às 6h. Entrei com alguns fãs que conheci do lado de fora. As pessoas começaram a chegar organizadas, aos poucos.
Fiquei louco quando comecei a ver os produtos na mesa, comprei alguns cds, pen-drive, um song-book, pôsteres e dvd do Jars, camisa do SNTR, fotos da turnê etc. Conversei com o staff do BWM, que amou a camisa que eu estava usando e ficou feliz com a notícia da caminhada/ encontro de fãs em Brasília, para ajudar o projeto, junto com o Take the Walk do Hanson. Prometeram me dar alguns materiais para usarmos no encontro, ao final do show. Imediatamente me informei sobre a programação, primeiro o Leeland tocaria, depois Sixpence e depois a Sara e após os 3 shows, as bandas dariam autógrafos na recepção. Localizei meu assento, que era ao lado de uma das fãs que conheci antes de abrirem os portões.
Anunciaram o começo do show e todos já estavam em palco, com as luzes apagadas. Já era possível ver todos nitidamente. A primeira música foi cantada pelas 4 bandas juntas, “Angels we have heard on High”, do cd “The Dawn of Grace” do 6p. Já foi o bastante para tirar o fôlego, vendo o 6p ao lado do Jars e de outras duas bandas, que apesar de não conhecer muito, já eram muito interessantes. Havia muita harmonia entre eles e a música preencheu o Star Plaza. Todos se retiraram, exceto o Leeland. Eles não tinham um cd de natal lançado ainda, portanto tiveram que usar o repertório normal da banda, com exceção da primeira música que cantaram, que foi “The First Noel”. Gosto muito da melodia dessa música e na voz de Leeland, ficou excêntrica, com instrumental mais vivo, mais enérgico. Eu não conhecia bem a banda, ouvi algumas faixas dias antes do show e, como não era se duvidar, era uma boa banda, com músicos novos de muito talento e principalmente, muito carisma e muita humildade. Não anotei o repertório deles, principalmente por não saber o nome das músicas, mas me lembro que cantaram “Opposite Way” e “Count me In”. A cada faixa Leeland ou seu irmão, Jack, falava algo relacionado à letra da música, o que super valorizou o tempo que eles tiveram ali. Aplausos para o Leeland, eles me marcaram com a atitude deles naquela noite.
O grande momento estava por vir. Leeland se despediu e o 6p estava se preparando. Apenas Matt Slocum e Leigh Nash em palco, para cantarem a primeira faixa, “O come o come Emanuel”, linda e exótica, para dar o clima natalino necessário, porém muito elegante com a performance da banda. Matt nunca falava, tônico nos instrumentos, porém átono no comportamento, deixando por conta da Leigh, naturalíssima e bem humorada, o contato com o público. Steve e Charlie entraram no palco, para acompanharem a dupla (eles nasceram um pro outro). Steve estava com uma espécie de guitarra que se toca na horizontal, usando algum objeto e Charlie estava no piano. Os quatro emocionaram com “River” e na seqüência tocaram “The Last Christmas”, escrita pelo Matt, sobre seu primeiro filho. Depois disso, a Leigh brincou e disse que o clima ficaria mais animado com a próxima música, pois até então todos estavam bem silenciosos e atentos às faixas tocadas. Apenas Matt e Leigh ficaram em palco, para cantarem “Christmas for two”, que foi o melhor momento do show para mim (literalmente para mim). Primeiro porque todos adoraram a letra e riam com cada frase e gracinhas que a Leigh fazia. Segundo por eu ter ficado completamente apaixonado pelos dois ali juntos e assim que ela terminou de cantar o refrão, eu já não me segurava mais, no meio da segunda estrofe, todos calados, eu gritei para a banda “I looooooooove you” e no mesmo segundo, a Leigh começou a rir, engasgar, tossir, errar a letra e o Matt ria da situação e todos voltaram para o lugar onde eu estava e apontavam dedos e riam, quando a Leigh conseguiu retomar a letra perdida e todos aplaudiram o momento de interação e eles encerraram o show. Fiquei com muita vergonha por ter atrapalhado a música. Tirei muitas fotos durante as músicas.
Finalmente veio a Sara Groves e fez um show fenomenal, íntimo e maduro. Houve um momento em que ela descontraiu mais e cantou uma faixa original super divertida de seu cd “O Holy Night”, chamada “Toy Packaging”, sobre o que não dar de presente, no Natal. Foi lindo quando ela cantou ao piano, a faixa “To be with you”, uma de suas canções originais, sufocante! Houve um momento muito especial, em que seus filhos Kirby e Toby entraram e cantaram com ela. Seu marido, além de gerente, toca como um dos instrumentistas da banda, logo, estava tudo em família.
Antes do final da última música, saí correndo para fora do teatro, pois sabia que eles iriam lá, para a sessão de autógrafos. Esperei por 5 minutos e de repente, Leigh Nash estava passando do meu lado, na direção da mesa de autógrafos. Eu não conseguia acessar qualquer reação previsível, só tinha forças pra me manter atento e não apagar na hora. Tentei preparar a câmera para tirar fotos, mas dava tudo errado, a Leigh percebeu que eu estava focalizando nela e sorriu. Eu estava todo desengonçado e uma funcionária começou a gritar “Ele é super fã seu, foi ele que gritou lá dentro e ficou esperando do lado de fora desde cedo, no frio, congelando etc”.
Ela sorriu de novo (na verdade ela nem parava de sorrir) e chegou perto de mim, me agradeceu e eu nem sabia o que dizer, só que eu tinha cds para ela autografar e que eu precisava contar a ela sobre nosso encontro de fãs. Ela me levou para mais perto da mesa, quando eu disse “Eu sou do Brasil” e ela brincou “Sério? Eu sou do Texas”, eu morri de amor na hora. Pedi desculpas por ter atrapalhado o show e ela perguntou: “Por quê? Não tem problema, eu amo quando acontecem essas coisas, sempre acontece, muito obrigada”. Ela perguntou se eu queria uma foto e eu passei a câmera para a menina que disse que eu era fã, mas as duas primeiras tentativas deram errado e a Leigh conferia e dizia “Não tem problema, vamos tentar outra, até ficar boa”.
Nesse momento eu percebi que a fila já estava grande e a Leigh e eu estávamos atrasando o processo dos autógrafos. A ficha caiu e fomos pra mesa, após ter conseguido a foto. Ela agradeceu várias vezes e eu disse que mais tarde contaria a ela sobre o encontro. Tirei da mochila o “Dawn of Grace” da Jenny e da Júnia e o “Fauxliage” do Renato, pedi a ela para autografar e mostrei o nome dos três. Ela conferia os nomes, lia com sotaque e assinava. Tirei meus cds e pedi a ela para assinar também, disse meu nome e ela assinou os cds e minha camisa por último. As pessoas ficaram irritadas com a demora e perguntaram se eu iria pegar autógrafos dos outros artistas em todos aqueles cds e eu disse que era apenas da Leigh Nash. Agradeci muito e continuei. Matt não saiu para dar autógrafos.
Cumprimentei a Sara e pedi a ela para me dar um autógrafo, elogiei o show, mas eu não tinha muito o que comentar com ela. Os caras do Leeland estavam olhando para mim com uma cara de felicidade tão grande, eu nem sabia o que dizer, comecei a descer uma cachoeira de frases sobre eles terem muitos fãs brasileiros e sobre a urgência de eles fazerem uma turnê no Brasil. Peguei autógrafos de todos, tirei fotos, comentei do show e fui muito, muito bem recebido por eles. São fantásticos e mega simpáticos! Sai da mesa até tonto, com os cds na mão, arrumando tudo euforicamente, para não perder nada.
Enquanto as demais pessoas passavam pela mesa, eu ficava ali, besta, admirando a Leigh Nash e tirando fotos e conversando com algumas pessoas que vieram me fazer perguntas sobre mim, sobre o Brasil etc. Eu não conseguia sair de perto da mesa, só voltei pra dentro do teatro quando ouvi que uma música familiar estava tocando lá dentro, “God rest ye merry gentlemen”, saí como um foguete descendo a rampa do teatro e tomando o meu lugar lá na frente. Era o Jars of Clay tocando e o Matt Slocum no Cello, perfeita combinação. O tempo todo havia vídeos entre uma faixa e outra, sobre pessoas ligadas ao BWM, sobre os lugares atendidos, sobre a necessidade do apoio das comunidades nos EUA, para levar o projeto e esperança adiante, por aquelas pessoas. Os temas giravam em torno de usarmos as bênçãos que recebemos de Deus e as estendermos às pessoas necessitadas. A segunda música foi “Wonderful Christmas Time” e eles brincaram com o público, desejando feliz natal às pessoas de Indiana e de Illinois, criando duas torcidas que vibravam quando ele chamava seu respectivo estado. Na hora a moça que estava do meu lado me disse “E o pessoal do Brasil?”, então pensei em berrar, mas era tarde, eles estavam prontos pra cantar “Hybernation Day”.
Imediatamente liguei a função vídeo da câmera, quando o Dan convidou a Leigh para entrar e cantar com ele os vocais que originalmente são de Christine Dente. A fórmula ficou super legal, pois a Christine faz vocais aveludados e sexys e a Leigh, quase que de propósito, parece uma menininha cantando. Para completar o clima de colaborações, Matt tocou cello novamente para o Jars, na música “O Little Town of Bethlehem”. Mais um vídeo foi rodado no telão, enquanto Dan se preparava no piano. Este foi um momento sem preço, Dan tocando piano e cantando “Winter Skin”, enquanto Matt Slocum oferecia seu toque mágico de violão cello, único. Todos voltaram ao palco, tomaram suas posições e o clima ficou sério, Dan começou a falar sobre escolhas e como muitas músicas o marcaram, mas que eles cantariam a música mais importante da vida deles. A seriedade foi quebrada no primeiro verso de “Christmas, Please Don't Be Late”, porém sua voz estava alterada, parecida com a voz dos Chipmunks. O público insano dava gargalhadas de morrer. Esses momentos de loucura dos shows do Jars são impagáveis!
Muito descontraído, Dan apresentou uma canção que para ele tem um sentido bem particular, dessa vez ele estava falando sério. “Christmas for Cowboys”, do John Denver, segundo ele, é uma canção da qual ele nunca se esqueceu e que está entre suas preferidas há muitos anos, mesmo não sendo exatamente o tipo de música que ele mais ouve (country). Foi um presente para os fãs, este é um dos covers que o Jars fez, que eu mais amo. Como não poderia deixar de ser, Sixpence voltou ao palco, a convite do Dan, para cantar um dos grandes clássicos de natal de todos os tempos. “Silent Night”, do cd “The Dawn of Grace” do Sixpence, era uma das mais esperadas da noite, visto que o Dan contribuiu com letras originais para a canção gravada para esse cd. Leigh e Dan cantam simultaneamente letras completamente diferentes, Leigh com a letra clássica, Dan com sua adição contemporânea, mas que encontram sua conexão nas vozes que são sempre muito íntimas e esse encontro perfeito dos dois já é familiar para os fãs. Para quem conhece e ouviu repetidas vezes a faixa no cd, a impressão ao vivo é que eles se perdem um pouco, mas bem sutilmente.
Como se já não bastasse esse dueto perfeito, Sara volta ao palco para cantar “It came upon a midnight clear”, uma das faixas de seu cd de natal, que também é um clássico, porém com uma melodia nova, fresca, linda. Dan apresentou Sara como uma de suas artistas preferidas deste tempo, com talento para fazer músicas que marcam e não são do tipo vazio e descartável que hoje é muito comum. Segundo Dan, eles fazem pelo menos um cover da Sara nos finais de semana, em sua congregação. Na sequência, todos se retiraram, apenas o Dan retornou com um saco vermelho e com uma mensagem delicada sobre dar um pouco daquilo que você tem, a quem necessita, apoiando o Blood:Water Mission, que para ele, era a principal razão daquele show e daquela turnê. Nesse mesmo contexto, ele comentou sobre paz em nossos dias e a próxima música não poderia ser outra, senão “Peace is here”, também original da banda.
“Drummer Boy”, clássica do catálogo de canções natalinas e muito popular e querida entre fãs do Jars, já anunciava o final do show e contou com a presença do percussionista do Leeland, Mike Smith. Esse também foi um dos pontos altos do show, quando Dan comove não só no vocal, mas com sua colaboração nos tambores também. Fim do show, houve uma pausa para outro vídeo do Blood:Water Mission, antes de um encore muito digno que, depois de toda a agitação de “Drummer Boy”, foi o momento certo para acalmar o clima no palco.
Matt retornou para tocar seu violão cello e Sara introduziu “I've heard the bells on Christmas Day”. Pouco a pouco, os músicos das outras bandas começaram a tomar seu lugar no palco, quando todos, com menos acompanhamento instrumental, cantaram juntos “O come let us adore him”, em um momento de liberdade e adoração. Eles anunciaram o final daquela noite de comunhão entre as bandas, descontração, risos e emoções, agradeceram e saíram de palco.
Eu levantei e em vez de sair do teatro, fui para a frente do palco, para observar o que iria acontecer, pois eu não tinha certeza se a banda sairia para dar autógrafos. Todos estavam conversando numa sala ao lado do palco, aproveitei para pegar o set-list que o Dan usou. Pedi ao segurança os demais papéis que estavam lá, mas ele se recusou a me dar. Sem problemas, continuei esperando, quando disseram que todos deveriam sair, enrolei e vi que o Dan estava saindo da sala, subi para a última fila de cadeiras e eles já estavam vindo em minha direção. Eu não sabia se eu esperava, ou se corria para fora. Sai ao mesmo tempo que eles, porém por uma porta ao lado da que eles saíram, o que me colocou bem atrás deles, mas me adiantei e o Dan passou, depois o Steve. Eu não estava com pressa mais, chamei o Matt, ele não ouviu, então Charlie passou e eu o chamei. Ele se virou e voltou para falar comigo. Ele ficou surpreso e feliz por eu ter ido, como havia prometido. Perguntei se eles estavam indo embora, ou se iriam dar autógrafos, ele confirmou que ficariam ali ainda, para a sessão de autógrafos e fotos, como ficamos conversando, a fila já havia começado. Não me importei, tomei meu tempo, para organizar meus cds, livros etc e esperei.
Não peguei a fila, fui direto ao Dan na primeira oportunidade e conversamos sobre eu ter conseguido ir de novo. Eu estava bem mais seguro e entreguei a ele dois cds e o livro “Peace is here: Christmas Reflections”, lançado em 2007 com o cd “Christmas Songs”. Dan assinou, sorrindo, agradecendo e eu já passei tudo para o Matt, que trocou algumas palavrinhas comigo. Falei sobre a Sammy (^^) para ele, disse que ela o amava demais. Enquanto isso o Dan assinou o set-list que eu peguei e o Matt também. Passei tudo para o Charlie, continuamos o papo sobre minha ida e o Steve estava muito mais comunicativo dessa vez e já assinou tudo também e eu recolhi os materiais e saí de lá agradecendo, dizendo que os amava e literalmente quicando. Que vergonha! Fiquei plantado ali na frente, esperando as pessoas passarem, tirando fotos e conversando com o staff do teatro sobre mim, todos estavam curiosos sobre o brasileiro fã da banda, que ficou no frio o dia inteiro. As pessoas começaram a tirar foto e eu pensei “também quero” e pedi ao Charlie para tirar uma foto. Ele me chamou de volta na mesa, furei a fila e fui tirar a tão sonhada foto, nesse momento ele falou entre os dentes “Juca, muito obrigado por ler o blog”, e eu respondi “De nada, o blog é muito legal, estou amando”.
A foto foi batida, sai novamente e fiquei ali, conversando com duas fãs de Leeland que haviam perdido a sessão de autógrafo e não conseguiram o autógrafo deles. Percebi que elas ficaram tristes e dei a elas o meu autógrafo que peguei da banda, tiramos uma foto e conversamos sobre minha aventura de sair de Illinois, para ir a um show do Jars e Sixpence (de brinde ainda ver Leeland e Sara). Fiquei dando voltas e a fila ficava cada vez menor, não dei uma de mala de novo, não entrei na fila pela terceira vez. Aproveitei para pegar os materiais do BWM com a Kelly, esposa do Lutito. Ela e o carinha da mesa me encheram de materiais do projeto, inclusive o dvd.
O tempo todo eles viam que eu estava ali ainda esperando e davam um sinalzinho com um sorriso. Muito pentelho! Finalmente, sobraram só o Jars e os voluntários do BWM, como um deles era minha amiga, eu pude ficar perto do grupo, enquanto eles agradeciam pelo trabalho dos voluntários e tiravam fotos. A Tabz me pediu para bater a foto dela com eles, claro que aceitei na hora, zoando demais. Eles se despediram de nós, agradeci de novo, me despedi e eles saíram do hall. Apenas Lutito ficou lá. Dessa vez foi o Gabe que não apareceu. Conversei com o Lutito e com a Kelly de novo, agradeci pelos materiais, tirei fotos com o Jeremy, que ficou muito feliz pelo apoio à Disappointed by Candy. Ele disse que na próxima turnê, eles devem abrir os shows do Jars, portanto terão os cds à venda na mesa de merchandising. Pedi a ele para entregar ao Dan, o cd que gravei com canções do João Alexandre, como presente do FC Earthen Vessels, pois eu havia esquecido de entregar pessoalmente. Todos já haviam saído do hall, fiquei sozinho, com a organização do teatro, esperando minha carona para o hotel. Voltei para Illinois no dia seguinte com um sentimento tão grande de realização e saudade. Em poucos dias voltaria para o Brasil, não teria tempo de compartilhar devidamente fotos, vídeos, escrever esta resenha, mas mesmo depois de quase 2 meses, todas as memórias estão bem acesas em mim e não vejo a hora de poder encontrá-los novamente este ano. “The long fall back to Earth” será uma nova fase, novos shows e novas emoções.
3 comments:
Juca você me mata sempre com suas descrições ricas e sensíveis...
Você tem uma alma privilegiada, sabia?
Um dia iremos juntos, eu, você e todos os carrapatinhos da EV! ^^
(Enquanto isso não acontece eu sonho e sonho com o nosso tão esperado encontro evessiano, spoks)
Jars of kss!
jUCA, VC TEM O INCRIVEL PODER DE ME DEIXAR EMOCIONADO. tODA ESSA DESCRIÇÃO ME FEZ CHEGAR MAIS PERTO DO MAGNITUDE QUE FOI ESTE EVENTO, VC É DEMAIS.
RENATO dIEGO.
Juca, fiquei impressionada com a riqueza de detalhes do seu texto, deu para sentir um pouquinho do evento. Passou um filminho na minha cabeça, imaginando toda a situação... Fantástico! bjs
Post a Comment