Wednesday, April 13, 2011

Love Song for a Savior


Texto postado no Blog do Dan, sobre Love Song for a Savior:


Esta foi a segunda música que escrevemos como uma banda. Ela foi escrita no sótão de nosso dormitório no campus do Greenville College. Stephen Mason tinha acabado de se mudar para o nosso andar, fugindo do quarto para onde foi sequestrado, como parte do processo de alocação por perfis.


A escola costumava colocar pessoas juntas, de acordo com as respostas a uma série de perguntas que faziam. Seu colega tinha um bastão de baseball, adornado com fragmentos pontiagudos de vidro, colados no bastão e ele ficava escondido no armário.


Nunca entendi quais foram suas respostas. Quando cheguei em Greenville pela primeira vez, fui alocado em um hall lotado de jogadores de baseball e futebol. Eu gostava dos caras de meu andar, mas era óbvio que o sistema de perfis não era perfeito.


O “Subsolo" onde morávamos tinha mais a ver com nós músicos. Eu me mudei durante meu segundo semestre do primeiro ano. Chamei o Steve para ficar com a gente, depois que vi o bastão no armário.


Steve trouxe o “The Bliss Album” para nosso andar. Instantaneamente, me tornei um fã de PM Dawn. Ouvi uma música que haviam gravado, usando um gancho da música “True”, do Spandau Ballet. Gostei da re- interpretação, mas não investiguei muito mais sobre sua música.


Eu queria escrever algo que usasse figuras poéticas da forma como eles usaram. Eu queria escrever uma música que falasse à inocência da vida, sobre acreditar em algo com profunda paixão, de todo o coração.


Como havíamos acabado de escrever e gravar uma música que apelidei de “The Cynics Anthem” (Hino dos Céticos), também conhecida como “Fade to Grey”, era hora de escrever algo que estava na outra extremidade do prisma.


Junto com PM Dawn, eu ouvia o cd de Sinead O’Conner’s “I Do Not Want What I Have Not Got”. Era um cd fantástico. Havia duas canções em especial.: “The Last Day of Our Acquaintance” e “I Am Stretched Out On Your Grave”, que eu costumava repetir por vezes.


Há sinais de ambas as músicas na versão antiga de Love Song. O verso


“She thanks her Jesus for the daisies and the roses... In NO simple language”


fora originalmente escrito assim “In simple language”, mas eu precisava de uma sílaba a mais. Ninguém pareceu se importar com o acréscimo, mas sem dúvida fez com que a frase tivesse um novo significado.


Todos levamos fitas com a música ainda inacabada para casa, para o feriado de Thanksgiving, ainda incertos quanto à simplicidade da letra e quanto ao refrão repetitivo.


Essa foi a primeira música que tocamos no campus, como a banda Jars of Clay.


Não sei porque eu escolhi usar uma garotinha na música. Acho que ela representava inocência, algo ainda não maculado por complexidade. Ela representava o momento em que encontramos a fé, antes de ser de fato testada.


Margaridas e rosas eram imagens contrapostas. Margaridas são o tipo de flor que uma pessoa pode se abaixar e colher em abundância. Elas crescem com facilidade, têm menos perfume e representam zero risco de ter espinhos, como as rodas têm.


Rosas são um tipo mais frágil de flor, são mais afetadas por aquilo que está ao seu redor e por causa de sua vulnerabilidade, elas também contêm defesas. Espinhos têm perfume e são perigosos. As rosas representam um amor mais profundo. A garotinha interpreta ambas as flores como iguais. Ela ainda não viveu uma vida que a permitiria entender a diferença. Além disso, há algo profundo em uma garotinha que consegue ver a vida fácil e corriqueira e a vida abundante e não segura e que consegue agradecer a Deus por ambas, em um só fôlego.


Em partes, essa é uma música sobre crescer. Essa imagem de inocência precisará ser violada pelo mundo. O pecado vai invadir essa história. Um dia ela vai precisar entender o desenrolar da história. Ela precisará se confrontar com os efeitos da Queda e terá que lutar contra as paredes que vai erigir e melancolias que ela jamais conseguirá totalmente expressar.


Essa música fala sobre a espera. Naquele momento ela pareceu ser mais honesta que qualquer outro refrão adorativo que havíamos ouvido. Escrevemos sobre a ideia de "querermos" nos apaixonar, em vez de escrevermos que estávamos apaixonados. Nossos corações não vão pertencer totalmente a Deus nesta vida. Constantemente vamos nos prostituir com outros amantes (esse é um pensamento usado em outra música).


O que desejamos é amar. Mesmo quando a vida revelar dor, confusão e complexidade, ainda assim quero amar. Mesmo quando estivermos feridos pela religião e desiludidos pela religiosidade e natureza humana, mesmo assim, desejo amar.


E a esperança de que essa espera um dia acabará é a esperança que nos permite cantar genuinamente uma música assim.

7 comments:

Anitha said...

Gosto tanto de saber os detalhes por trás das músicas do Jars! *.*
Fiquei pensando no final do post, na parte sobre "mesmo se... ainda quero me apaixonar". Acredito que pra se apaixonar verdadeiramente, é necessário passar por alguns momentos de dúvida. No fim, esses momentos nos fazem parar pra pensar até onde vai o amor que sentimos por alguém, se é o sufiente pra continuar. Talves seja essa a intenção dos obstáculos e desilusões que passamos na vida.
Me lembrei que foi justamente por algo assim que passei anos atrás, e preferi ainda amar e querer amar o Salavador.

Jhoy

Jeferson said...

Por isso que eles são únicos, meus amigos. :)

Rafaela said...

Morri!
Essa outra música é Jealous Kind? *.*
Adoro perceber o elo de amizade que existe entre nossos meninos e toda sua sutileza! Adoro todo o cuidado que eles têm no processo criativo, em que cada palavra pode assumir um rumo diferente de significados e OH MY HEART <3

Carina Leal said...

Ohh, eu amo a devoção com que escrevem cada palavra, estou mais apaixonada ainda por Love Song. Acredito que perdermos a inocência, somos vuneráveis a tudo que nos afasta de amar a Deus, então ansiamos nos apaixonar todos os dias, porque infelizmente somos humanamente incapazes de amar a Deus por completo, mas buscaremos por esse amor até o fim de nossas vidas.

"Conservai-vos a vós mesmos no amor de Deus, esperando a misericórdia de nosso Senhor Jesus Cristo para a vida eterna."
Judas 1:21

Postador said...

Eu sou suspeita em falar sobre essa musica,pois sou apaixonada por ela *-*.
E o modo como eles conseguem dar um significado divino para cada parágrafo da música é magnificamente tocante! Quem,alem de mim.alguma vez já quase perdeu o ar cantando esse trecho :" He's more than the laughter or the stars in the heavens
As close as a heartbeat or a song on her lips
Someday she'll trust Him and learn how to see Him
Someday He'll call her and she will come running
and fall in His arms and the tears will fall down and she'll pray"
SIM GALERO, eu já senti isso,senti em cada parte do meu corpo com essa música,clamando para que eu tambem possa me apaixonar por Ele,assim como essa criança.Sempre me sinto uma criança pedindo colo ao ouvir essa música. Enfim, ele é demais *-*

E juca de Barro, seu post está super master![e todos comemora =)]

Manuela Moraes said...

"E a esperança de que essa espera um dia acabará é a esperança que nos permite cantar genuinamente uma música assim."

Dan, obrigada por sempre colocar em palavras aquilo que eu SINTO.
É 1 fato que nós só seremos do jeito que O Senhor quer quando tudo isto aqui acabar, mas muitas vezes esquecemos isso e procuramos uma perfeição... inalcançável. Mas a esperança de que um dia poderemos cantar essa música com 100% de sinceridade é a esperança de que Paulo fala, eu acredito. E essa esperança devemos ter todos os dias.

Obrigada pela tradução, Jucs. :)

PS: Eu também acho que é Jealous Kind, Rafinia! AMO <3

Juca said...

Sim, sim, é Jealous Kind ^^ adoro. Obrigado todos os EVs lindos que comentam e obrigado ao Ef.2:22 também. ^^