Thursday, April 14, 2011

Whatever She Wants

Seguindo as postagens do Dan, em seu blog, aqui está mais uma explicação maravilhosa e de interesse de todos os amantes dessa banda.


"Algumas músicas do Jars of Clay nasceram da frustração, raiva, dor etc. Sempre pensei que a marca de um artista que pensa além do hit que vai para as rádios é que ele pode vociferar.


Essa música bem que poderia ter se chamado “I Don't Know What The Hell I Am Supposed To Do” (Não sei que diabos eu devo fazer). Ou talvez seria mais correto chamá-la de “OW Relationships are Complicated.” (Uau, relacionamentos são complicados).


Tenho a tendência de escrever letras que são tecidas em direção ao que é auto-biográfico e fora disso, rumo ao fantástico, sem me preocupar muito com as placas de sinalização, ou indicações de cruzamentos à frente. Eu simplesmente teço o que estou passando, o que vejo com aquilo que assumo ser o que o mundo em geral também está vendo. Às vezes descrevo com exatidão, mas na maioria das vezes é algo vago e apenas uma grande suposição.




“Whatever She Wants”, como letra, fede a tempos difíceis.


Sei que a vida de um músico que viaja muito é uma vida de extremos. Em um dia, eu estava abrindo um show da Sheryl Crow e no outro dia, para que eu me trocasse antes de um show, eu estava tapando o vidro de uma porta do quarto de uma enfermaria de uma igreja qualquer, que cheirava a lenços de bebê e queijo forte, de um prato de delicatessen jogado ao acaso dentro do que, naquele momento, havia recebido o novo propósito de um camarim.


Além disso, é o extremo de tocar em grandes shows e viver uma vida terrivelmente livre das responsabilidades do dia-a-dia, cheia de interações desconcertantes, com pessoas que pensam que eu sou alguém muito especial e depois voltar para casa, para pessoas que pensam que sou alguém muito especial, por razões completamente diferentes.


Os extremos de uma vida imatura de rock 'n roll ralo e contemplado e a transição de volta a um mundo de relacionamentos significativos e responsabilidades como marido, pai, filho, vizinho, membro de uma comunidade etc, extremos que podem causar complicados deslizes emocionais e relacionais. Portanto, é aí que entra o artista em cheque, com a família em cheque.


Já vi disfunções de muitas ordens e foi com muito esforço que eu quis descrever questões como essas em uma música. Não porque as disfunções me decepcionavam (eu as perpetuei), mas principalmente porque eu precisava me expressar um pouco, do tipo de expressão que acontece no meio de um problema, que parece insolúvel. Eu não conseguia entender quem eu deveria ser, então eu descontava nas pessoas ao meu redor. Isso trazia uma distinção que eu PRECISO fazer.


Algumas de minhas letras são honestas e não reais. Elas são claramente a imagem do que eu estava sentindo no momento em que eu as escrevi, mas a letra não é real. Ela pode ser honestamente descritiva da forma como o mundo estava para mim, no entanto não são fatuais, de forma que a metáfora não funciona fora daquele momento em que a letra foi escrita, semelhantemente à maioria dos monólogos internos.


Quando a letra finalmente chega aos nossos próprios ouvidos, ouvimos como fomos tolos e quando outras pessoas ouvem a letra, eles confirmam que as fitas que estão tocando em nossas mentes, precisam ser desembaraçadas.


Portanto, em meio a minha imaturidade, precisando ser defensivo e justificado em um mundo que construí ao meu redor, nasceu uma música sobre dependência e sobre a pergunta, “O que mais eu devo oferecer?”.


“Whatever she wants” fala sobre a manipulação das lágrimas e uso suspeito de gentileza. Fala sobre expectativas e aspirações serem totalmente mal desempenhadas e sobre tornar as pessoas em vilões, para que o verdadeiro vilão não seja descoberto. Cortinas de fumaça.


Quanto ao aspecto musical, essa música tem um dos melhores solos de guitarra que o Stephen Mason já gravou na vida. Ela foi uma das músicas mais fortes do Jars of Clay e foi certamente influenciada pela música daquela época. Artistas como Semisonic, Filter, Vertical Horizon e Tonic. Ela está em um cd que levou um ano inteiro para ser concluído, o que é tempo demais em um estúdio, gravando um cd."

2 comments:

Anitha said...

To adorando essas "explicações" das músicas.
Acho o Dan sempre tão atento a detalhes que as pessoas deixam passar no cotidiano, e que na verdade são tão significativos!
Eles pegam uma percepção simples disso e amadurecem de uma forma que chega a me assustar às vezes.
Fico ansiosa por isso quando gravam algo novo.

Postador said...

Depois dessas explicações.....AI DE QUEM OUSAR em me perguntar PORQUE eu sou fã da Jars of Clay U.U Eles são Fuckin' Perfect!