Não se preocupe, vamos
sobreviver
sorrisos forçados, sob
a luz frágil e fria
não há conforto nos
lugares familiares, não desta vez
Você o mantém no mais
profundo interior
Nem sinal de inundação,
mas as águas continuam a subir
Flores pelo asfalto,
diamantes nas bolsas de seus olhos
vire o rosto e o
esconda
Eu vi uma mulher, com
fitas no cabelo
idosa e solitária, tão
bonita que tive que parar e fitá-la
A fonte não secará
Se acordar no meio da
noite
as paredes cairão,
deixando entrar a luz
não é preciso se
preocupar
Até os anjos choram
Even Angels Cry | Jars of Clay
Esses versos me
transmitem o conforto nas palavras de alguém muito querido, tentando lembrar
que apesar de todo o sofrimento, não é preciso se preocupar, ainda que
estejamos em um quarto escuro, a luz invadirá e suplantará a escuridão.
Quando sentimos que
não há mais esperança, ficamos sem visão e com medo. Nada disso nos torna únicos
em nosso sofrimento. Todos sofremos, pecamos, erramos, precisamos de ajuda, pessoas,
amor, milagre, conforto. Essa semelhança universal é que nos aproxima.
Não tenha receio de
expressar sua humanidade. Choramos, somos falhos e fracos e quando não mais
suportarmos a dor, lamentamos. Isso é um traço humano.
Há uma mensagem bastante
humana nestes temas: sofrimento, desespero na sobrevivência, o cenário de
destruição, portas fechadas, cansaço, desgaste, solidão, pessoas queridas,
familiares, todos esquecidos, abandonados, sem identidades. O campo de guerra,
onde todos se tornam em seu próximo, todos viram companheiros numa luta por
sobrevivência.
Em situações assim,
você deseja ouvir algo que alimente sua esperança. Talvez nem mesmo sua própria
casa seja um lugar seguro e confortável e passa a ser alvo de destruição
também, como tudo em volta. As palavras de conforto virão, mas e o cumprimento
delas? Não é certo.
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